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Tesouro Direto – com risco fiscal em alta, perdas dos títulos públicos chegam a 12,4% em setembro

Publicado por InfoMoney – 01/10/2020 Leia a matéria na íntegra

Especialistas chamam atenção para rara desvalorização do Tesouro Selic, de quase 0,5% no mês passado

Por Lucas Bombana

O aumento do risco enxergado pelos investidores quanto à condução da política fiscal do país em 2021, como já havia sido em agosto, foi novamente a principal razão para a forte abertura das taxas dos títulos públicos no mês passado, mas com uma intensidade ainda maior.

Até mesmo os títulos públicos atrelados à taxa básica de juros (Tesouro Selic), usualmente apontados como alternativa para manter a reserva de emergência pela baixa volatilidade, tiveram retorno negativo em setembro.

À medida que piora a avaliação do mercado sobre a evolução das contas públicas, os prêmios que o governo precisa pagar para se financiar aumentam, e provocam uma queda no preço dos títulos que estão nas mãos dos investidores, especialmente nos de mais longo prazo.

Entre os papéis disponíveis no Tesouro Direto, programa de compra e venda dos títulos públicos voltado ao investidor pessoa física, os preços do Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045, que já haviam caído 9,45% em agosto, voltaram a liderar as perdas em setembro, com uma baixa de 12,38%. O juro real pago pelo papel subiu de 3,72%, no fim de agosto, para 4,11%, no encerramento de setembro.

Destaque de baixa também para o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055, com queda de 7,52% no mês passado.

Vale ainda mencionar a rara rentabilidade negativa em setembro de 0,46% do Tesouro Selic com vencimento em 2025. Segundo especialistas do mercado, movimento parecido não era observado desde 2002, embora seja visto como algo pontual.

No acumulado de 2020, a maior queda é do título indexado à inflação com vencimento em 2045, de 15,48%.

Entre os destaques positivos, o Tesouro Prefixado para 2023 sobe 6,53% de janeiro a setembro, e 8,65% em 12 meses.

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Apesar do estresse das últimas semanas, Yuri Bialosrkorski, gestor da More Invest, entende que o Tesouro Selic se mantém como uma das melhores alternativas para compor a reserva de emergência do investidor.

“O retorno negativo do Tesouro Selic foi um movimento pontual que não deve se perpetuar no curto prazo, a menos que o mercado passe a enxergar o risco de calote da dívida pública, fato que hoje não faz parte do cenário-base dos investidores”, diz Bialosrkorski.